sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eleição paritária na Ufac

"Conselho aprova eleição paritária na Ufac. Alunos, docentes e técnicos daUfac terão o mesmo percentual de votos"

RENATA BRASILEIRO

No dia 4 de agosto, a Universidade Federal do Acre (Ufac) passará pela primeira vez por uma eleição paritária para a escolha da nova reitora. A proposta de paridade, feita pelo Sindicato dos Trabalhadores de Terceiro Grau da Universidade Federal do Acre (Sintest), foi aprovada na manhã de ontem, em uma assembléia do Conselho Universitário que contou com 27 votos a favor, 22 contra e 11 abstenções.

Segundo o presidente do sindicato, Dário Lopes, a proposta tem o objetivo de promover uma eleição diferente para a escolha da nova reitora, uma vez que todas as categorias (alunos, professores e técnicos) terão direito a 33% dos votos, independentemente de um grupo ser maior ou menor que o outro.

Segundo ele, o antigo regulamento das eleições para reitor diz que os professores têm direito a 70% do total dos votos. Isso significa que um docente vale por 40 alunos ou por 16 técnicos. Em muitas universidades a eleição acontece dessa forma, sem igualdade percentual. Em contrapartida, vinte e quatro já adequaram o regulamento evitando que a desigualdade seja motivo de conflitos internos da universidade.

"De 28 universidades que já realizaram eleições para reitor este ano, 80% utilizaram a estratégia da paridade. Esperamos que a nossa proposta seja aceita e que sejamos mais uma universidade a exercer a democracia", disse.

Para o presidente do Sintest, a conquista da paridade é um avanço sobre o modelo centralizador atual e, conforme se notou na votação do Conselho Universitário, deve avançar ainda mais.
A reunião, que aconteceu na Sala dos Órgãos Colegiados, teve ainda outro ponto de destaque que foi a definição de que não haverá elaboração de lista tríplice ao final do processo eleitoral, mas apenas um ofício ao Ministério da Educação informando o resultado da eleição (e não consulta, como quer o MEC). Além disso, deverá ser definida uma solicitação para que cada candidata assuma o compromisso de não recorrer ao Judiciário e respeitar a vontade da instituição.

Por enquanto, só há candidatas mulheres para o cargo - a professora Olinda Batista, atual vice-reitora, e a professora Margarida Araújo, que já foi pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação. Elas só têm até o dia 7 para registrar candidatura, conforme foi decidido ontem também.

"Acreditamos que as chapas só serão essas mesmas. A campanha já começou, as candidatas já enfeitaram a universidade com faixas e cartazes e não há outro interessado na disputa até o momento", completou Dário Lopes.